No capítulo 13 do evangelho de Mateus, encontram-se algumas parábolas de Jesus. Ele começou falando sobre o semeador. Depois, sobre o joio, o trigo e o grão de mostarda. Em todos os casos, as sementes são as figuras principais e se destacam por serem poderosas.
Na primeira parábola, nota-se o poder da multiplicação, que pode chegar a 100 vezes a quantidade inicial, desde que o terreno seja bom. Na segunda parábola temos sementes boas e más. Na terceira, Jesus afirma que a menor semente produz a maior planta.
As sementes possuem um poder silencioso capaz de reproduzir, multiplicar, perpetuar a espécie e frutificar, produzindo alimento. Elas são, geralmente, pequenas e discretas. Não têm aparência atraente. Não são coloridas nem perfumadas. Por isso, costumam ser desprezadas. Se distribuirmos bons frutos, muitas pessoas aceitarão de bom grado, mas, se oferecermos boas sementes, muitos rejeitarão.
Assim acontece nas nossas vidas. Uma pequena atitude no presente é a semente do futuro. Boas ações, aparentemente insignificantes, são desvalorizadas. Maus procedimentos são subestimados como se não fossem capazes de causar grandes estragos. Ninguém pensa que a cirrose hepática começa com a primeira cervejinha ou que o câncer no pulmão tem ligação com o primeiro cigarro.
Em nossas vidas temos o tempo de semear e o tempo de colher. Os mais jovens estão no tempo da semeadura. Na idade adulta e na velhice, estarão colhendo o que plantaram durante a juventude. Não seja negligente ou omisso, adiando demais as decisões que devem ser tomadas. As sementes precisam ser lançadas no tempo certo.
É muito importante valorizar as sementes que se encontram nas decisões que tomamos. Uma decisão pode mudar o rumo de uma vida ou de várias vidas, inclusive dos filhos, mesmo daqueles que ainda virão. Escolha bem suas sementes. Algumas decisões são muito importantes, como aquelas que dizem respeito aos relacionamentos, aos estudos e à escolha profissional. Quem for leviano na questão do namoro, poderá mudar o rumo de sua história de modo prejudicial.
Para escolher bem as sementes, é preciso conhecê-las. Quem não conhece deve pedir auxílio a quem já passou pela experiência e tem condições de aconselhar. Aqui entra o papel dos pais e dos líderes.
Por quê devemos nos preocupar com a qualidade do que semeamos? Porque sementes lançam raízes profundas e torna-se difícil arrancá-las. Então, uma atitude despretensiosa pode gerar um compromisso permanente. Por exemplo, de um namoro sem propósito pode surgir uma gravidez indesejada. Então, a semente lançou raízes.
Existem situações que, mesmo sendo indevidas no começo, tornam-se válidas de tal modo que nem Deus deseja sua dissolução. No caso da gravidez, a opção existe antes e não depois. O aborto é um crime. A semente não deveria ter sido lançada. Agora, nem Deus quer que a “planta” seja arrancada.
Somos livres para escolher as sementes que vamos semear, mas não para escolher o tipo de fruto na hora de colher. A colheita vem e é obrigatória. A moça que arrumou um namorado no barzinho pode ter depois um marido alcoólatra.
No tempo de colher, o fruto pode ser bom ou mau ou pode não haver fruto para quem não semeou. Então, as pessoas reclamam da sorte, acusam a Deus, culpam os pais, a família, o governo e o destino, mas deveriam lembrar que a maior responsabilidade é do próprio indivíduo. No tempo de colher fica muito difícil alterar a realidade que foi mal plantada. Deus pode mudar histórias e destinos, mas ele nem sempre faz isso. Portanto, precisamos ser cautelosos na hora de semear.
Algumas sementes têm o poder de produzirem inúmeras colheitas. É o caso de certas árvores frutíferas que continuam produzindo após a morte de quem as plantou. Da mesma forma, o mal semeado hoje poderá trazer consequências numerosas e implacáveis, afetando até as gerações futuras.
Palavras também são sementes. Uma palavra muda uma história. Portanto, evite a fala ofensiva e destruidora. O semeador, de Mateus 13, é um pregador que anuncia a palavra de Deus. Receba a divina semente em seu coração. Leia a bíblia e conheça a vontade do Senhor. Ela tem o poder de produzir em nós um caráter que agrada a Deus, representado pelo “fruto do Espírito” que é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e domínio próprio (Gal.5.22).
Esse fruto é para quem? Em primeiro lugar, para você mesmo. Cada um de nós é o primeiro a usufruir ou sofrer as consequências das sementes que espalhamos nesta vida. Depois, nossos frutos serão também para o benefício daqueles que nos rodeiam. Portanto, por amor a Deus, a si mesmo e ao próximo, semeie somente o bem em todo o tempo.
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