Esta mesma palavra santificação em Heb 12.14(hagiasmos no original grego) pode ser encontrada também nos seguintes textos: Rom 6.29,22; I Cor 1.30; I Tes 4.3,4,7; II Tes 2.13; I Tim 2.15 e I Pe 1.2.
Vemos assim, que é uma palavra de amplo uso bíblico, com inúmeras citações da palavra santo (hagios), e suas demais variantes (santificar, santidade etc).
A santidade é o atributo essencial da pessoa de Deus, comunicável aos seres morais que ele criou – anjos e homens – e do qual são participantes apenas aqueles que têm comunhão com ele. Desta forma, no caso da humanidade, que se encontra totalmente decaída no pecado, a santificação tem o propósito de conduzir pecadores arrependidos à restauração da imagem e semelhança com Cristo.
Por isto, o fundamento da “santificação” está colocado na “regeneração”, pela qual o pecador é transformado em nova criatura, ou novo homem, criado em verdadeira justiça e santidade. Portanto, por pressuposto básico não é possível alguém ser santificado caso não tenha sido antes regenerado (nascido de novo) pelo Espírito Santo, uma vez que é ele o agente de toda santificação verdadeira.
Este trabalho de santificação do Espírito é operado na nossa comunhão com Cristo, porque ele mesmo é a nossa santificação (I Coríntios 1.30), ou seja, quanto mais tivermos a manifestação da sua pessoa divina em nós, mais seremos santificados.
Já havia falado o Senhor, desde os dias de Moisés: “…eu sou o Senhor, que vos santifica.” (Êxodo 31.13), indicando com isto que a santificação é algo operado exclusivamente por ele; ou seja, não podemos nos santificar pelo nosso próprio poder e habilidade, senão que devemos buscar a nossa santificação na nossa comunhão com o Senhor, para que ele a efetue em nos.
Todavia, sendo imperfeitos, enquanto vivermos neste mundo, toda a nossa santificação é de caráter evangélico, ou seja, segundo o perdão, graça e misericórdia que nos são oferecidos pelo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso mesmo somos introduzidos desde a conversão num trabalho progressivo de aperfeiçoamento espiritual, o que é plenamente condizente com o caráter evangélico desta santificação, porque está implícito que não é algo definitivo e absoluto que recebemos na conversão, a saber, perfeição de santidade, de modo que este aperfeiçoamento progressivo implica a paciência de Deus em estar trabalhando em vasos imperfeitos que serão conduzidos à plena perfeição que se consumirá na glória do porvir.
Assim, tanto o despojamento das obras da carne relacionadas em Gálatas 5.19-21, acompanhado do amadurecimento do fruto do Espírito Santo em nós, citado em Gálatas 5.22,23, serão progressivos ao longo de toda a nossa jornada terrena.
Mortificação do pecado e revestimento das virtudes de Cristo configuram o trabalho duplo que é realizado na nossa santificação.
O único parâmetro desta santificação é a Palavra de Deus, que define tanto o que é o pecado da nossa velha natureza, quanto o que é a virtude da nova criatura em Cristo.
Todo o procedimento do qual possa ser dito santificado deve ser portanto, condizente com a Palavra de Deus (João 17.17).
A santificação não é todavia a mera substituição de hábitos antigos por novos, mas um princípio novo de vida que é implantado naquele que se converte a Cristo. É o próprio Cristo vivendo e sendo formado no crente. De modo que não podemos chamar propriamente de santificação a tudo o que se faça aparte de Cristo e da manifestação da sua vida e seu poder em nós.
Como se trata de um princípio vivo, como toda forma de vida, esta santificação buscará por crescimento, e isto será evidenciado pelo desejo de uma maior participação da vida do próprio Cristo, conformando-se com ele em sua morte para conhecer o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, Fp 3.10.
E este princípio implantado desde a conversão, não pode morrer, assim como Cristo já não morre mais, uma vez que é sustentado pela sua graça e poder. Ainda que esteja enfraquecido poderá ser revivificado e renovado pelo Espírito Santo, mediante a nossa fé em Jesus e busca de arrependimento e renovação espiritual.
Fonte:http://estudos.gospelmais.com.br/
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