“Não é só pelo lugar marcado”


Ontem, em uma rápida conversa com um irmão da igreja, momentos antes do culto, falávamos sobre uma prática muito comum nas igrejas, principalmente em dias de congressos ou conferencias, quando a igreja lota e faltam lugares: O “guardar” lugar para um amigo, para a família ou para a “torcida rubro negra” (penso que é para esta última).
Ele, de certa forma me perguntava sobre a minha “impaciência” com um ato tão comum e natural; afinal todos fazem isso. Deveríamos ter paciência.  Concordo, disse a ele. Mas inteirei: “É uma mania “feia crente” .Precisa mudar! É também uma falta de amor com quem só pode chegar na hora e com quem vem de fora.”
(Além de uma falta de educação que não sei se notam, a Palavra de Deus não ensina).
Ele e outro, que se aproximava, com “olhos repreensores” (mesmo sem saber ao certo sobre o que falávamos), discordaram.
E eu, novamente com a paciência dada pelo Eterno, me vi “obrigado” a explicar o óbvio em “terras” onde o Espirito Santo tem (ou pelo menos deveria ter) a direção, voz clara, e que sempre nos leva a um crescimento constante (quando deixamos, é claro).
O problema, é que nestas linhas estaria um problema pequeno e um falar tolo, se eu não as aproveitasse para lembrar, o quão “religiosos” e acostumados ao sistema religioso, temos sido.
O irmão repreensor, que entrou na conversa, dizia no “sub-texto” dos olhos, talvez, acostumado ao sistema e “sustentação” pouco bíblica e repleta de um caráter religioso, que, eu não deveria falar das nossas mazelas, daquela forma! “ Afinal, vai que alguém “não crente” as escuta? “ Seria quase um escândalo para os que já falam mal, induzidos pela mídia e interesses escusos, não é?
Não, não é.
O tropeço para os fracos na fé, para os humildes, para as “crianças” que o Pai procura, não está em falarmos e condenarmos as nossas mazelas até diante dos outros, se preciso for, Isso só nos torna dignos como cidadãos e fieis ao Reino de Deus. Fosse assim, Jesus não expulsaria daquela forma, os comerciantes do templo (Será que é necessário dessa forma também , hoje?).
Evitar o “Tropeço” aos fracos na fé, não está em uma roupagem de “Santo”, Afinal, o mundo sabe que não somos perfeitos; Quem o é, é Jesus Cristo (mas que não usemos disso para os nossos interesses, não é?).
No entanto, devemos sim, uns aos outros e ao mundo em que vivemos, um caráter como o de Jesus e uma justiça que exceda, verdadeiramente à dos religiosos.
Devemos além de evitar os tropeços (os escândalos, muitos comuns no nosso meio, muito “gospel” e pouco CRISTÃO), zelar para não sermos repreendidos por alguém de fora, dando assim um péssimo testemunho. O problema, é que o testemunho é algo verdadeiro e palpável e não, uma ideia de que somos bonzinhos.
Se há um amor verdadeiro fomentado nas mínimas coisas, seremos sim, como na igreja primitiva, e não haverá tecnologia ou sistemas modernos que nos façam brilhar menos!
Se não formos como ela, em seu brilho e verdade, A bíblia e não eu, “sente muito”, mas nada será como pensa a maioria. Cresçamos em qualidade, acima de quantidade!

A igreja que só quer bênçãos, espalhada por todo o mundo, não tem aceitado tratar de suas mazelas. A soberba chegou a tal ponto e se sustenta por um sistema religioso e por vezes, perverso, que quer calar a todo custo o clamor pela verdadeira igreja de Jesus, afinal, esta, não dá tanto dinheiro ou ibope.
E aí, falamos então do que verdadeiramente tem sido tropeço: A visão egoísta, cheia de soberba e de um orgulho que nada tem a ver com a gratidão, entre seus membros; É fruto de uma fala equivocada, que é atrelada ao sistema religioso que sustenta apenas, a interesses escusos; Uma fala que tem distanciado o povo de Deus do amor simples. Do amor falado, mas não pregado; pregado mas não vivido…
Terão que acertar contas com Eterno.
Não faltam profetas com a coragem de dizer à igreja sobre os seus males. Falta é humildade no coração dos que infestam os cultos em busca de bênçãos e de shows de cantores gospels; Muitos, em busca de tudo o que é “gospel” para tornar a vida “gospel” mais interessante e finalmente “aceita pelos que antes a achavam “chata” e “pobre”.
Não é esse o evangelho de Jesus Cristo. A verdade e a luz do Reino de Deus esta acima de convenções humanas.
A igreja deve avançar sim, mas se engana quem pensa que ela deve avançar dentro de um “padrão” que agrade ao mundo, no melhor estilo: “Vejam como somos legais?”.
Já deveriam ter sido ultrapassadas, esta e outras ideias no meio do povo que, até onde eu entendo, anela por uma vida onde Jesus seja glorificado.
Com o amor revelado em Jesus Cristo uns aos outros, nos tornamos de fato, irrepreensíveis, além de expressarmos a nossa fé ao mundo. Assim glorificamos a Deus diante do mundo (João 17:21)
A unidade da fé se expressa no amor. A começar nas coisas mais simples. Este amor tem que ser vivido dentro da igreja com a comunhão verdadeira que cura o ferido e com o temor de que somos parte, uns dos outros no corpo de Cristo, cada um levando a sua carga e sendo sustento e não “peso” para quem está ao lado, como adverte o apostolo Paulo aos (Gálatas 6: 1 a 5).
Se não for por esta conduta dia a dia em um testemunho vivo e não de “crentes legais” que mostram ao mundo o quanto são abençoados financeiramente (porque em grande parte, é o que tem sobrado no final das contas), estaremos sendo, nada mais do que pedras de tropeço para os fracos na fé, ao invés de sermos “pedras vivas” para os sensíveis à voz do espirito, para os que não conhecem a Jesus e para os que o conhecem, mas não tem vontade de se juntar a esse povo que, infelizmente, em boa parte, ainda precisa ser restaurado para ser então, LUZ, de verdade e não, “letreiro luminoso” para o mundo.
Então, ao querido irmão, à igreja amada, ao corpo de Cristo na terra eu termino dizendo:
“Não é só pelo lugar marcado”.
Fonte:http://estudos.gospelmais.com.br/

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